Jovem negro, periférico e autodidata, Alan Soares inspirava a todos com seus raps e com a dedicação que o levou a se tornar engenheiro de produção, depois de cursar, como bolsista, a Mackenzie, uma das melhores universidades do Brasil. No dia 26 de outubro de 2017, o patrono do polo deixou esse plano, mas continua como um exemplo de que a educação transforma vidas.
O projeto está sediado na Paróquia Santíssima Trindade, na periferia de Itapecerica da Serra, divisa com o Jardim Ângela — pode-se dizer, na “periferia da periferia”. Em funcionamento desde 2014, começou em parceria com a Kolping Belém e o CIEE, mediado pelo padre Ticão da Zona Leste e o padre Jaime da Zona Sul. Em 2016, passou a integrar a Rede Ubuntu, a qual ajudou a construir e consolidar, e desde então acolhe mais de 100 jovens anualmente, com apoio da Comunidade Missionária de Vilaregia e da ONG Soma+Ação, além da Paróquia Santíssima Trindade.
Com a coordenação composta majoritariamente por mulheres, o projeto nasceu do sonho e do compromisso de professores voluntários que enfrentaram dificuldades para alcançar e concluir as universidades, mas que transformaram essa dureza em combustível para a luta. A cada ano, através de melhorias estruturais, o cursinho busca oferecer o necessário para que os estudantes se preparem para os vestibulares, mas também se preocupa em torná-los sujeitos de transformação na sociedade.